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No âmbito do Dia Mundial do Sono, que este ano se assinala a 15 de março, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em parceria com a Associação Portuguesa de Centros Comerciais, vai promover um “Ciclo de Conferências sobre a Apneia do Sono”. As sessões vão decorrer em centros comerciais de norte a sul do país onde profissionais de saúde vão esclarecer a população sobre esta patologia cujo impacto na qualidade de vida não pode ser ignorado.  A primeira é já no próximo dia 5 de março, no Parque Nascente Shopping (Porto).

“Esta iniciativa, que se vai realizar em quatro cidades diferentes – Porto, Lisboa, Coimbra e Faro -, pretende aproximar os profissionais de saúde da população, contribuindo para uma educação em saúde e aumentando a sensibilização para uma doença de prevalência crescente, como é a apneia do sono. O objetivo é sensibilizar para esta patologia, esclarecendo dúvidas e também desmistificando o diagnóstico e o tratamento”, refere a Dr.ª Vânia Caldeira, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

A médica pneumologista explica que “a apneia do sono é um problema crescente e que se associa a doenças muito prevalentes na população em geral, como a obesidade e o excesso de peso, a hipertensão arterial, a diabetes, as arritmias, o enfarte do miocárdio, a insuficiência cardíaca ou a depressão. Sabemos que é uma doença ainda subdiagnosticada e os estudos referem uma prevalência provável de apneia moderada a grave em 23% das mulheres e 50% dos homens”. A especialista prossegue indicando que “a apneia do sono não tratada aumenta o risco cardiovascular e metabólico (enfarte, arritmia, hipertensão ou diabetes não controladas), além da disfunção cognitiva e do impacto social e no trabalho. Há também riscos de saúde pública com a sonolência que, muitas vezes, acontece na condução”.

Ressonar, paragens respiratórias durante o sono e sonolência diurna excessiva são alguns dos sintomas mais conhecidos desta patologia. No entanto, para a Dr.ª Vânia Caldeira, “é importante relembrar que nem sempre estes sintomas estão presentes e, muitas vezes, as queixas são muito atípicas - como apenas a sensação de sono não reparador, o acordar muitas vezes para urinar durante a noite, os despertares noturnos frequentes (sem conseguir ter um sono contínuo), a insónia, o cansaço ao acordar, as dificuldades de atenção ou concentração e o impacto no humor ao longo do dia. Além disso, os indivíduos com doença cardiovascular e metabólica têm risco acrescido para esta patologia”. A médica pneumologista destaca ainda ser fundamental que as pessoas relatem estes sintomas ao seu médico assistente para serem encaminhadas e avaliadas numa consulta de Medicina do Sono – “o acesso aos cuidados de saúde deve estar assegurado para permitir um diagnóstico atempado de uma doença tão prevalente como a apneia do sono”.

Criado pela World Sleep Society, todos os anos o Dia Mundial do Sono decorre sob um tema em específico, sendo o mote deste ano “equidade no sono para uma saúde global”. A Dr.ª Vânia Caldeira esclarece que “existem vários fatores que podem desequilibrar a balança neste acesso a um «bom sono». Precisamos de ter tempo e oportunidade para dormir - um questionário realizado anteriormente pela SPP mostrou-nos que muitas pessoas assumem dormir menos de sete horas/noite. É também essencial estarem reunidas as circunstâncias adequadas para o sono (a luz, o silêncio, o conforto e a segurança). Cenários pandémicos e de guerra, como os que temos vivido, comprometem estes pré-requisitos, tendo impacto no nosso sono e, consequentemente, na nossa saúde”.

Assim, no âmbito desta efeméride, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia afirma o seu compromisso na contribuição para esta “equidade” aplicada à apneia do sono, fazendo a sensibilização e relembrando os principais sintomas que devem motivar a procura de ajuda médica atempada para uma doença tão prevalente e com tantos riscos associados e com compromisso da qualidade de vida.

O Parque Nascente Shopping, no Porto (5 de março), o Centro Comercial Colombo, em Lisboa (15 de março), o Alma Shopping, em Coimbra (20 de março) e o Forum Algarve, em Faro (26 de março) são os quatro centros comerciais que vão receber esta sessão de esclarecimento cuja entrada é livre e aberta a qualquer pessoa que pretenda assistir.

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