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No âmbito deste congresso da ERS, a enfermeira Lúcia Mendez teve a oportunidade de apresentar, em formato de posters, três trabalhos desenvolvidos no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, antes da pandemia. Um deles sobre a utilização de peça bucal em doentes com DPOC que fazem ventilação não-invasiva (VNI), outro sobre infeções respiratórias em doentes ventilados e o terceiro sobre as alterações dos padrões epidemiológicos das infeções respiratórias ao longo dos últimos anos.

No que respeita ao estudo sobre as alterações epidemiológicas dos microrganismos em infeções respiratórias, a Enf.ª Lúcia Mendez explica que, durante cinco anos, foram avaliadas amostras respiratórias no sentido de determinar eventuais alterações dos padrões de microrganismos causadores destas doenças. “Já sabíamos que a maior parte dos isolados eram pseudomonas. Em 2014, os segundos isolados mais frequentes eram as bactérias gram-positivas. No entanto, ao longo de cinco anos, a tendência foi mudando e verifica-se um aumento muito significativo da pneumonia por klebsiella”, descreve. Mais preocupante é o facto de 31% destas infeções por Klebsiella serem multirresistentes”.

Verificou-se também que, “os serviços que, tradicionalmente,mais solicitavam isolamentos dos agentes patogénicos eram os de Cuidados Intensivos ou de Pneumologia, contudo, começam a surgir pedidos de um leque muito mais vasto de serviços. Isto revela que a preocupação está a chegar a outras especialidades, presumo que, com o objetivo de implementar uma terapêutica mais dirigida aos agentes patogénicos em questão e não uma terapêutica empírica”.

Do ponto de vista clínico, esta alteração dos padrões epidemiológicos pode ter implicações graves na medida em que “as bactérias gram negativas estão a revelar-se mais resistentes a mais antibióticos do que as gram positivas”, isto significa que “cada vez temos menos opções de antibióticos que podem ser eficazes no tratamento destas infeções”. Esta realidade é transversal a todos os países, assim como a preocupação em relação às infeções multirresistentes.

Uso de peça bucal em doentes com DPOC que fazem VNI

Outro trabalho apresentado pela Enf.ª Lúcia Mendez consistiu na avaliação da utilização da peça bucal em dois doentes com DPOC que fazem VNI.

“Normalmente, a peça bucal é utilizada em portadores de doenças neuromusculares ventilados, mas não em doentes com DPOC. Experimentámos utilizar a peça bucal em dois doentes com DPOC com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida. Eram doentes com grande dependência da ventilação (mais de 20 horas por dia), nos quais quisemos aliviar um pouco a utilização da interface, até para reduzir o risco de desenvolvimento de úlceras e, ao mesmo tempo, dar-lhes a liberdade de manusear a peça bucal e, desta forma, conseguir interagir a nível social e com a própria família”.

Controlo da infeção em doentes que fazem VNI

Por fim, o terceiro poster apresentado no congresso da ERS pela Enf.ª Lúcia Mendez está relacionado com a prevenção e controlo da infeção em doentes que fazem ventilação não-invasiva “que é uma área ainda pouco conhecida”.

Há muitos estudos em relação à ventilação invasiva, mas o mesmo não se verifica na VNI. Através de um questionário online, procurou-se saber, neste trabalho, a realidade em Portugal relativamente ao controlo de infeções respiratórias em doentes que fazem VNI. “Conseguimos confirmar o que suspeitávamos. De facto, há um desconhecimento sobre como realizar este controlo de infeção em VNI. Não há treino nem formação nesta área nem se sabe que produtos devem ser utilizados”. Este estudo era para ter continuado numa segunda fase que, por força da pandemia, acabou por não acontecer.

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