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O cancro do pulmão é prevenível e tratável, sendo o diagnóstico precoce essencial, alertam os especialistas. “Mais de 60% dos casos deste tipo de cancro apresenta-se em estádio avançado, no qual a hipótese de cura não se coloca. Apenas os tumores diagnosticados em estádio precoce são passíveis de tratamento curativo, nomeadamente cirurgia”, referem as Dr.as Gabriela Fernandes e Margarida Dias, da SPP. Quanto à prevenção, a cessação tabágica, a prevenção da exposição ao fumo de tabaco, a prevenção da iniciação de consumo de tabaco e a atenção a outros fatores de risco, profissionais e ambientais, são aspetos fundamentais.

Anualmente, de acordo com Registo Oncológico Nacional, publicado no final de 2023 e referente à incidência e mortalidade por cancro em 2020, os três tumores mais frequentes são o da mama (7504 casos), o da próstata (5776 casos) e, em terceiro lugar, o do pulmão (4737 casos). Para as médicas pneumologistas é fundamental que a população esteja atenta a sinais como “sintomas respiratórios persistentes não explicáveis por quadro agudos, nomeadamente tosse, falta de ar, expetoração  com sangue, rouquidão, sintomas constitucionais como emagrecimento não explicado. Para os doentes com doença respiratória a modificação ou agravamento do padrão basal de sintomas é também motivo de atenção”.

Para um diagnóstico precoce é importante referir também a pertinência da realização do rastreio, sendo indispensável rastrear a população de maior risco, isto é, indivíduos entre os 50 e os 75 anos, com uma carga tabágica superior a 20 unidades maço por ano ou ex-fumadores há menos de 15 anos com a mesma carga tabágica.

É ainda destacada a importância de uma abordagem multidisciplinar no cancro do pulmão, quer no diagnóstico, quer no tratamento. “A abordagem de qualquer cancro deve ser, por definição, multidisciplinar. O cancro do pulmão é uma doença de elevada complexidade, nomeadamente exigindo exames de diagnóstico complexos e tratamentos diversos. Assim, estão envolvidas inúmeras áreas medicas: a Medicina Geral e Familiar, Pneumologia, Anatomia Patológica e Biologia Molecular, Radiologia, Medicina Nuclear, Radioncologia, Cirurgia Torácica, Oncologia e Cuidados Paliativos, entre outras que muitas vezes são chamadas a intervir”, concluem as Dr.as Gabriela Fernandes e Margarida Dias.

 

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