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Em dezembro de 2022 o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou o alargamento do programa de rastreios oncológicos aos cancros da próstata, estômago e pulmão. Contudo, tal promessa parece estar agora comprometida, a confirmar-se a notícia de que o Governo deixou encerrar em 2023 a linha de financiamento europeia que permitia avançar com rastreios do cancro do pulmão.


A denúncia foi feita no sábado passado, por parte do presidente da associação dos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), João Varandas Fernandes que, em declarações à agência Lusa, referiu que “tivemos conhecimento disso numa reunião que a associação teve, a pedido da associação de rastreio do cancro do pulmão”. Indignado, o especialista afirma "há um trabalho empenhado de uma equipa de especialistas, maioria das vezes pro bono, e acaba por não haver consequências". Segundo João Varandas Fernandes, “não se podem desperdiçar estas linhas de financiamento europeu”, sobretudo numa doença como o cancro do pulmão, cujo sucesso terapêutico e probabilidade de maior sobrevivência estão dependentes de um diagnóstico precoce.

Para o Prof. Doutor António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), “a confirmar-se tal informação, estaremos perante uma maior demora do início de um processo cujo objetivo é a implementação de um programa de rastreio do cancro do pulmão”. O presidente da SPP recorda que, por ano, o cancro do pulmão é causa de 4000 óbitos, em Portugal, sendo o tipo de tumor mais fatal, mas também, mais prevenível.

Também em matéria de prevenção, o Governo tem falhado na implementação de medidas antitabágicas mais restritivas que protejam os fumadores passivos e que evitem a iniciação tabágica nos mais jovens.

“Esta situação, conjuntamente com a não aprovação da proposta à alteração da lei do tabaco, significa um revés muito significativo na tomada de medidas que contrariem este problema de saúde pública que se traduz no tumor associado a maior mortalidade”.

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