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“Vários aspetos diferenciam este 38.º Congresso de Pneumologia, sendo um deles o facto de estarmos na presença do primeiro presidente português da European respiratory Society”, referiu o Prof. António Morais, durante a sessão de abertura que decorreu ontem ao final da tarde.  Outro aspeto diferenciador desta edição é que está organizada em conjunto com o 12.º Congresso Luso Palop de Pneumologia e com a 8th Union Europe Conference on Lung Health. Por isso mesmo, estiveram reunidos na mesa da presidência o Prof. Carlos Robalo Cordeiro, presidente da ERS, a Dr.ª Irma Godoy, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a prof.ª Raquel Duarte, presidente da Union Europe on Lung Health e a Prof.ª Cristina Bárbara, coordenadora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da DGS.

Todos os intervenientes nesta sessão reforçaram o orgulho na Pneumologia portuguesa, enaltecendo as parcerias criadas entre as várias entidades científicas como um fator de enriquecimento e evolução da especialidade, que se reflete na melhoria dos cuidados prestados aos doentes.

Na sua intervenção, o Prof. Carlos Robalo Cordeiro começou por felicitar a direção da SPP “pela dinâmica que tem imprimido à sociedade, mas, sobretudo, pela qualidade do trabalho desenvolvido ao longo do ano”. Também o regresso do congresso luso-brasileiro mereceu uma felicitação especial, mostrando-se o pneumologista, bastante satisfeito com esta retoma.  

Relativamente aos desafios atuais da ERS - sociedade que tem a sua estrutura baseada em três pilares: ciência, educação e advocacy, o Prof. Carlos Robalo Cordeiro  referiu que foi dado destaque aquele que considera ser o programa International Respiratory Coalition (IRC). “Esta é uma ideia que surgiu em plena pandemia quando identificamos diferentes gaps nas sociedades europeias relativamente ao compromisso da promoção da saúde respiratória. Não há dúvida de que a pandemia revelou muitos problemas, um dos quais a enorme heterogeneidade da prevenção da doença e promoção da saúde ao nível europeu e, por isso, decidimos criar uma coligação que é liderada pela sociedade europeia e que inclui a indústria farmacêutica, associações de doentes, e outros stakeholders. O que se pretende é promover, nos diversos países europeus, o desenvolvimento e implementação de um plano em saúde respiratória colmatando os gaps entre os países”, explicou o atual presidente da ERS. 

Ainda como foco desta presidência da ERS, o Prof. Carlos Robalo Cordeiro indicou o desenvolvimento do ERS Respiratory Channel – que pretende ser um canal formativo e informativo que funcione ao longo de todo o ano (e que vai ser lançado oficialmente em setembro do próximo ano, no congresso em Milão). Também as alterações climáticas, com as suas consequências para a saúde respiratória, e o empoderamento dos doentes na autogestão das suas doenças, são alguns dos pontos essenciais da atuação da sociedade europeia que foram referidos. No final, ficou o convite à participação no congresso europeu do próximo ano, tendo o especialista destacando a importância da participação portuguesa neste evento. 

O retrato das doenças respiratórias em Portugal

No que respeita ao retrato epidemiológico, a Prof.ª Cristina Bárbara referiu que,  em termos de mortalidade – o indicador major do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias – este grupo de patologias representa a terceira causa de mortalidade prematura, logo depois da doença cardiovascular e da doença oncológica.

“Morrem, por ano, cerca de 120 000 portugueses, de acordo com os dados de 2020, 28% destas pessoas morreram por doença cardiovascular, 24% por doença oncológica e 9,1% por doença respiratória. De todos os portugueses que morreram em 2020, a pneumonia foi a causa de morte em 4,2%, a DPOC foi a causa de morte de 2,3%. Por asma, felizmente, morreram muito poucos”, sublinhou.

Desde que o Programa foi criado, ao contrário do que era esperado, conseguimos reduzir a mortalidade na população com mais de 70 anos de idade. A redução da mortalidade neste grupo populacional foi de 36% ao longo deste tempo. Em relação à morte prematura, conseguimos reduzir em 11%. A vacinação antigripal gratuita e o aumento da cobertura vacinal podem justificar a redução mais acentuada da mortalidade na população mais idosa”. Apesar de representar a principal causa de morte respiratória, “a pneumonia sofreu um decréscimo neste último relatório, embora a realidade não seja homogénea em todo o território nacional. Também aqui pode ter influenciado a introdução, no plano nacional de vacinação, da vacina antipneumocócica conjugada”.

Durante a cerimónia de abertura, como sempre é tradição, foram atribuídas as medalhas de ouro ao Dr. Duro da Costa e à Dr.ª Paula Campos pelo contributo que, ao longo das suas carreiras, deram para a evolução do conhecimento, prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias. 

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