Foi apresentado na quinta-feira, 9 de novembro, o estudo epidemiológico EpiCOPDpt que tem como objetivo avaliar a prevalência, em Portugal, da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), uma das principais doenças respiratórias cuja incidência continua a aumentar e que se apresenta como uma das principais causas de morte a nível global. “Trata-se de um estudo transversal, que será realizado em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas, com uma amostra representativa da população portuguesa com 20 e mais anos (mais de 9 000 participantes), utilizando espirometria pós-broncodilatador padronizada”, explicou o Prof. Doutor João Cardoso, coordenador do EpiCOPDpt.

“Desde há alguns anos, nomeadamente desde a altura em que foram lançados os estudos BOLD (Burden of Obstructive Lung Disease) – publicado em 2013 e cujo objetivo era estimar a prevalência da DPOC em adultos com 40 ou mais anos numa população alvo de 2 700 000 habitantes na região de Lisboa - e Pneumobil – realizado em Portugal, entre 1995 e 1997, com o objetivo de estimar a prevalência da DPOC, da asma e dos sintomas respiratórios e caracterizar os fatores de risco associados na população portuguesa com mais de 18 anos - que a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) ambicionava realizar um estudo a nível nacional. Ao fim de alguns anos de discussão e de planeamento em torno desta temática, conseguimos finalmente fazê-lo. Ultrapassámos muitos contratempos, nomeadamente a pandemia, mas consideramos que este atraso acabou por ser vantajoso na medida em que, com o passar do tempo, foi possível aprimorar o desenho inicial do estudo, que foi redesenhado com vários updates, alguns deles resultantes dos desenvolvimentos publicados recentemente no Lancet”, explicou.

“Quando pensamos em DPOC construímos rapidamente a ideia de que é uma doença que atinge maioritariamente os mais idosos e que está muito associada ao tabagismo. No entanto, atualmente, é possível verificar que existem cada vez mais indivíduos mais jovens que, por deficiência no desenvolvimento pulmonar, apresentam maior risco de terem DPOC, mesmo sem existir histórico ligado ao tabagismo. Nesse sentido, embora seja raro o desenvolvimento desta doença em indivíduos abaixo dos 40 anos, é fundamental darmos atenção a uma faixa etária mais jovem. À luz das novas evidências e da mais recente definição de DPOC pelo GOLD, o EpiCOPDpt representa uma inovação, a nível mundial, pelo facto de incluir indivíduos a partir dos 20 anos. No que toca aos objetivos passam por estimar a prevalência de DPOC em Portugal por sexo, faixa etária e região; determinar características sociodemográficas, clínicas (incluindo sintomas respiratórios, limitação na prática de atividades, comorbilidades e impacto na qualidade de vida) e perfil terapêutico dos doentes respiratórios; caracterizar o perfil de risco dos doentes respiratórios; avaliar os custos diretos e indiretos da doença; caracterizar a gestão clínica da DPOC e avaliar o conhecimento da população sobre doenças pulmonares”, esclareceu.

Este estudo vai incluir mais de 9000 participantes - 1085 por região - tem uma amostra de sete regiões portuguesas NUTS II inclui população urbana versus população rural e a estratificação será realizada por região, género e idade. No que toca à metodologia de coleta de dados será rota aleatória.

“É com enorme prazer que damos início ao EpiCOPDpt que resulta de muita ambição por parte da SPP e, claro, do apoio da indústria farmacêutica. É um estudo que terá seguramente um grande impacto na comunidade pneumológica e na sociedade em geral. Idealizamos fazer uma apresentação preliminar dos resultados deste estudo no 40.º Congresso da SPP, em 2024”, rematou o Prof. Doutor João Cardoso.

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